Papa Francisco está na mira dos jihadistas
Segundo o jornal italiano 'Il Tiempo', fontes de inteligência
confirmaram que o sumo pontífice é um potencial alvo de atentado dos extremistas
islâmicos
Papa Francisco no
Muro das Lamentações, na Cidade Velha de Jerusalém (Andrew
Medichini/Reuters/VEJA)
O papa Francisco está na mira do grupo fundamentalista Estado Islâmico
(EI), reporta nesta segunda-feira o jornal Il Tempo, citando
fontes do serviço secreto italiano. Segundo o jornal, o papa é apontado pelos
jihadistas como “portador de falsas verdades” e pode ser vítima de um atentado.
Até o momento, o Vaticano não se pronunciou sobre esta possível ameaça ao sumo
pontífice. "O grupo fundamentalista Estado Islâmico, liderado por Abu Bakr
Al-Baghdadi, tenta elevar o nível do confronto golpeando a Europa e a
Itália", relata o jornal Il Tempo. O texto
também afirma que fontes israelenses acreditam que o papa seja um potencial
alvo dos jihadistas sunitas.
“A Itália é um
trampolim para os radicais islâmicos”, afirma Mario Mori, diretor do Serviço de
Informações Civis, um órgão de inteligência do governo italiano. Mori crê que
os jovens aliciados pelo EI formam a “base para a distribuição de jihadistas no
Ocidente". Pelo menos 50 jovens italianos foram para a Síria e o Iraque se
juntar aos jihadistas sunitas do EI. A Itália, assim como outros países
europeus, consideram esses jovens como um enorme risco, pois, como eles têm
passaporte legal de um membro da União Europeia, eles passam pelos controles
alfandegários nos aeroportos com muita facilidade. Uma vez em território
europeu, os jovens poderiam formar células terroristas e planejar atentados
dentro de países ocidentais.
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Desde que Francisco
assumiu o comando da Igreja Católica, em março de 2013, o Vaticano tem ampliado
as medidas para prevenir o terrorismo. A segurança da santa Sé recrutou vários
especialistas em inteligência e trabalha em colaboração com os serviços
secretos de vários países, relata o jornal.
Perigo
na Europa – Ghaffar Hussain, diretor-gerente da Quilliam Foundation,
organização britânica que atua contra o extremismo religioso, disse que é
"quase inevitável" que os jihadistas europeus atuando na Síria e
no Iraque voltem para planejar ataques terroristas na Europa. "É
preocupante que as pessoas nascidas e criadas na Grã-Bretanha, que foram para a
mesma escola que nós, podem ter sido doutrinadas a ponto de justificarem o
estupro de mulheres e decapitações", disse à agência de notícias Reuters.
Quatro muçulmanos
britânicos – dois dos quais tinham passado um período em campos de treinamento
da Al Qaeda no Paquistão – mataram 52 pessoas em ataques suicidas no metrô e em
um ônibus de Londres, em julho de 2005.
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Em sua estratégia de expansão, o EI usa como arma de propaganda a
barbárie, por meio de decaptações, crucificações e
execuções sumárias. Com isso, aterroriza os inimigos, garante a
obediência das populações das cidades conquistadas e atrai desajustados do
mundo todo. No final de junho, o EI proclamou um califado em parte do
território do Iraque e da Síria sob seu controle. Em suas fileiras lutam cerca
de 12.000 combatentes estrangeiros, apontam especialistas. A maioria dos
jihadistas estrangeiros que foram para a Síria e Iraque nestes três anos e meio
de conflito são oriundos, principalmente, da Tunísia, Arábia Saudita e
Marrocos, mas também de países ocidentais como Grã-Bretanha, Austrália, Itália
e França e outros.
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