SONETO ARQUISSIMÉTRICO
Antiespetacular, anticircense
O céu, insidioso, arquissímetrico,
Incendia-se
frio e fotoelétrico.
Eletro-móbile
rupestre e pense,
Ilude, sob
luz, o enredo tétrico
De uma selva sem fim, de algo
nensense
Um abismo ao averso, o céu espesso
Alça voo no
vácuo inamovível.
no istmo tempo- espaço incoercível
Gotas de
orvalho no universo vário:
Nada sendo
começo, nada centro:
Qual
baralho: haverá um coringa dentro?
Tomo um fósforo
e acendo meu cigarro
Para
expandir meu brilho solidário.
SONATA
ASSIMÉTRICO
Matéria
escura solitude pura;
Minha cabeça cheia
de poesia
Transfigura-me , torna fantasia
Travestido
de carne e ossatura
Eu nasci para
ler a melodia
Das trevas --- esta
clara partitura
Brilhantemente
escrita em assimetria;
Ah quanto
descrever é coisa dura
Esta selva
selvagem, áspera e forte
Em que o
silêncio convoca à paura,
Tanto
esplendor só há maior na arte
Mas do que
ali cantar por bem achei
Algo direi: que parecia um texto
simétrico, simétrica sem metro.
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